segunda-feira, 30 de março de 2009

Passeio Pedestre

No dia 27 de Outubro de 2008, o nosso grupo realizou uma visita de estudo ao interior da caldeira da Serra de Santa Bárbara, juntamente com o professor Aníbal Garcia e Adalberto Borges Couto, especialista em Gestão e Conservação da Natureza. Para a concretização da visita foi imprescindível a colaboração de Adalberto do Couto, a quem desde já apresentamos os nossos agradecimentos, pois forneceu-nos transporte até à Serra de Santa Bárbara. Com este passeio, pretendíamos entrar em contacto com as plantas endémicas presentes no local. Passamos, agora, a apresentar algumas das imagens captadas no local.


Laurus azorica (louro)

Vaccinium cylindraceum (uva-da-serra)

Juniperus brevifolia (cedro-do-mato)

Plantas Nativas Vs Plantas Invasoras

Para fazer uma correcta abordagem à flora endémica dos Açores, é importante distinguir plantas nativas de plantas invasoras. Plantas nativas ou autóctones são plantas que não foram introduzidas; são naturais de. Muitas vezes, este conceito e o conceito de plantas endémicas são tomados como sinónimos. No entanto, não devem ser considerados como tal: plantas endémicas são plantas que só existem em determinado local, não sendo introduzidas pelo Homem nesse mesmo local.
Plantas invasoras são plantas introduzidas que proliferam em outros locais. Contudo, das espécies introduzidas:
 Umas não ultrapassam a etapa de introdução;
 Umas naturalizam-se;
 Uma pequena parte torna-se invasora.
As plantas invasoras constituem uma ameaça muitas das vezes irreversível, acarretando graves consequências: contribuem para a uniformização global; diminuem a quantidade de água disponível; alteram a disponibilidade de nutrientes; provocam a remoção e/ou introdução de elementos nas cadeias alimentares; levam à extinção de algumas espécies, entre outros.
Assim sendo, todas as novas espécies a introduzir devem ser consideradas como potenciais invasoras, pelo menos até prova do contrário.

Nutrição

As plantas são seres fotoautotróficos, isto é, são seres autotróficos (capazes de produzir o seu próprio alimento), recorrendo à captação de energia solar (fotossíntese).
A maior parte dos nutrientes são absorvidos sob a forma iónica do solo. Assim sendo, as condições físicas e químicas do solo influenciam directamente o crescimento das plantas. Todo o meio ambiente é dinâmico. As constantes alterações ambientais obrigam as plantas a desenvolver mecanismos adaptativos que lhes permitam sobreviver a condições desfavoráveis. Estas modificações podem ser a nível estrutural ou nutricional. As modificações também podem consistir em relações bióticas (estas relações podem ser prejudiciais – parasitismo; ou de benefício mútuo – simbióticas). São estas adaptações que permitem às plantas sobreviver a períodos caracterizados por condições desfavoráveis ao seu crescimento e/ou desenvolvimento.

Reprodução das Plantas

As plantas são seres complexos que têm a capacidade de optar por diferentes tipos de reprodução em diferentes períodos da sua vida, dependendo das condições do meio ambiente. Quando as condições se apresentam favoráveis, as plantas optam por reproduzir-se assexuadamente, isto é, originam descendência sem que para isso ocorra a união de gâmetas. É um processo mais frequente em fanerogâmicas e pteridófitas. Apesar de as plantas poderem optar por uma reprodução assexuada, é mais frequente encontrarmos plantas que se reproduzem sexuadamente, uma vez que apenas este tipo de reprodução tem carácter evolutivo. A reprodução sexuada, processo através do qual um indivíduo origina descendência a partir da união de dois gâmetas (feminino e masculino), é mais frequente nas gimnospérmicas e nas angiospérmicas.


Reino Plantae

Lineu, conhecido como pai da taxonomia, criou o primeiro sistema de classificação, o qual dividia os seres vivos, conhecidos na altura, em dois reinos: Reino Animal e Reino das Plantas. Contudo, ao longo de vários anos, o sistema de classificação sofreu diversas mudanças. Hoje em dia, utilizamos o sistema de classificação de Whittaker reformulado. Este sistema de classificação divide os seres vivos em cinco reinos (Plantae, Animalia, Fungi, Protista e Monera). Deste modo, o actual sistema de classificação atribui ao Reino Plantae todos os seres eucarióticos multicelulares constituídos por células vegetais, os quais, através da fotossíntese, produzem o seu próprio alimento (fotoautotrofia), sendo os produtores dos ecossistemas.Devido à evolução, as plantas tornaram-se cada vez maiores e mais complexas, podendo ser divididas em dois grandes grupos:

- Criptogâmicas: são plantas que têm estruturas reprodutoras pouco visíveis, ou seja, não apresentam flor nem fruto. Este grupo subdivide-se em três:

. - Talófitas;

. - Briófitas;

. - Pteridófitas.

- Fanerogâmicas: são plantas que têm estruturas reprodutoras visíveis. Este grupo subdivide-se em dois:

. - Gimnospérmicas;

. - Angiospérmicas.

Introdução

No âmbito da disciplina de Área de Projecto do 12.º ano foi proposta a realização de um trabalho de tema livre. Após reunião e discussão entre os elementos do grupo, seleccionamos de um não amplo leque de temas o que suscitou mais a nossa atenção. Assim, decidimos trabalhar sobre a flora endémica dos Açores. Inicialmente, o trabalho resumir-se-ia à apresentação das diversas plantas conhecidas como endémicas dos Açores e presentes na Ilha Terceira. Contudo, como consequência de dúvidas que surgiram após a análise da informação obtida, achámos de importante relevância apresentar, primeiramente, algumas noções básicas necessárias ao estudo das plantas, tal como o reino em que estas se inserem, a sua reprodução e nutrição.
A sugestão do professor desta disciplina, Aníbal Lourenço, criámos este blogue.